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Brevemente!!

segunda-feira, maio 25, 2009

Todos leões devem ler


A decisão de colocar Dias Ferreira como presidente da Mesa da Assembleia é tão sensata como pôr um pirómano a vigiar uma floresta. A presidência da Mesa é dos cargos mais sensíveis num clube da dimensão do Sporting. A competência de quem o exerce é a diferença entre ter-se assembleias produtivas, de debate leal e de esclarecimento de posições ou uma caldeirada sem rei nem roque. Neste aspecto, trocar Rogério Alves por DF é como trocar o Polga pelo Hugo no centro da defesa. Em conclusão, ao escolher DF para o cargo por razões meramente tácticas sem se preocupar com minimamente com o seu perfil, JEB demonstra bem o pouco que a AG – o local por excelência de participação dos sócios - representa para ele.

Quanto à frase do "Vou sair-vos caro", também me caiu o queixo. A barbaridade é tão grande que custa acreditar que JEB estivesse mesmo consciente do que dizia. Ou então é apenas mais uma marca da displicência e falta de preparação que tem até agora marcado as suas intervenções - bem ao nível da "falta de sorte" como diagnóstico para os fracassos do futebol e de "mais uns treinos" como a grande solução.

E tanto quanto esta acumulação de barbaridades, preocupa a forma errada como JEB olha para a questão da remuneração do presidente do Sporting. O cargo de presidente é um cargo eleito de representação dos sócios - e não uma etapa de um trajecto profissional. Tem de ser remunerado condignamente porque exige disponibilidade total e para impedir a discriminação de sócios competentes que vivam dos rendimentos do seu trabalho. Mas tem de se perceber o que é “remunerado condignamente”. O referencial salarial do Presidente do Sporting tem de ser o dos representantes do povo - deputados, membros do Governo e Presidente da República. Ou seja, tendo um tecto máximo de 7000 / 8000 euros por mês (que é o que o PR ganha). Nunca, jamais, em tempo algum, o termo de comparação pode ser os salários do sector privado – e em especial, o financeiro, que premeia gestores sem qualquer relação com os seus méritos. Até porque na vida associativa há – ou deve haver - uma dimensão altruísta, de serviço aos associados que vai bem para lá da remuneração monetária. Claro que JEB pode achar que isso não é compatível com o seu estilo de vida – mas então é livre de não se candidatar.

E aqui entra também a postura de JEB quanto ao cargo no seu todo. Enquanto em PPC e na sua equipa vejo um entusiasmo enorme pela tarefa de dirigir o Sporting e uma criatividade invulgar na abordagem dos problemas, em JEB vejo um misto de cansaço – a presidência que é um “cadafalso” a que só um “tonto” se candidata - e condescendência – não querendo “maçar os sócios” com as finanças do clube ou afirmando que “pelo o Sporting faço mais de 50% de desconto”. No pântano em que se atolou, o Sporting precisa de debate aberto, de novas ideias e de vontade para as implementar – ou seja, tudo menos discurso do “se soubésseis o que custa mandar…” que se vê em JEB.


Por "Petrovich"

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